segunda-feira, 15 de outubro de 2012

TUDO SOBRE DISLEXIA AUDITIVA

Definição:
A criança consegue OUVIR, mas não pode discriminar, identificar ou recordar palavras devido a uma disfunção do SNC.
Ela percebe as semelhanças em partes de palavras MAS não relaciona os componentes visuais das palavras às suas versões auditivas.
Características:
1- Desordens na discriminação auditiva: f-v/p-b/ch-j/t-d/s-z/c-g. Há dificuldade na análise fonética- incapacidade para "ouvir" semelhanças de sons iniciais e finais das palavras. Por exemplo: dia-deu/ mar-lar;
2- Dificuldade na percepção de "sons duplos" formados pelas combinações de consoantes: canto, bruto, pasto;
3- Dificuldade na análise e síntese auditiva: pode omitir sílabas na escrita;
4- Não consegue reorganizar sons ou palavras auditivamente: olha uma letra, mas não lembra do seu som; olha uma palavra mas é incapaz de dizê-la mesmo que conheça o seu significado;
5- Presença de parafasias verbais: O cão está comendo sua refeição/ O cachorrinho está comendo sua comida;
6- Distúrbio na formação de sequências auditivas: não- verbais( não acompanha um padrão rítmico); verbais( distorce a pronúncia de palavras muito longas: inimigo/iminigo). Na escrita troca letras por não conseguir reter uma sequência de sons;
7- Problemas d orientação temporal e ritmo.
I- PROCEDIMENTOS EDUCACIONAIS
As crianças com envolvimentos auditivos respondem melhor a uma abordagem ideográfica durante as fases iniciais de instrução de leitura.
Devido aos seus problemas de percepção auditiva, memória e integração, são incapazes de lidar com habilidades que requerem análise fonética. Na realidade, algumas podem ser capazes de desenvolver habilidades auditivas somente depois de terem aprendido um vocabulário visual.
As funções debilitadas não podem ser ignoradas. Muito embora sejam capazes de aprender através de um método global, elas não podem reter imagens visuais para cada palavra; portanto, elas precisam adqurir um meio sistemático de trabalhar com palavras desconhecidas.
1- Desenvolver correspondência auditiva- visual:
Algumas crianças disléxicas aditivas não tem conhecimento da relação entre a palavra falada e o símbolo escrito.Ao tentar atingir a integração auditiva-visual, é essencial que a criança saiba o que constitui uma palavra.
Muitas não sabem que uma unidade de letras dividida por espaços representa uma palavra; algumas acreditam, por exemplo, que cada letra representa uma palavra.
Portanto, o professor deve ilustrar que os espaços são as linhas divisórias entre as palavras que podemos ver ou falar. A capacidade para relacionar m símbolo auditivo a um símbolo visual é importante tanto para a leitura quanto para a soletração. Se isso não ficar claro, as crianças tenderam a acrescentar, omitir ou substituir palavras quando lerem, ou a combinarem duas palavras numa só quando escreverem.
2- Selecionar um vocabulário de leitura com sentido:
Começa-se com palavras que pertençam ao vocabulário falado da criança e que são diferentes tanto em termos de configuração auditiva quanto visual, de modo que ela possa identificá-los com maior facilidade.

  • apresenta-se primeiramente os substantivos e a criança aprende a emparelhar o símbolo escrito a um objeto.
  • Peça-lhe que diga o nome de cada um e depois mostre-lhe o símbolo escrito. As palavras são escritas em forma Manuscrita, não de maneira cursiva.
3- Relacionar o símbolo escrito à experiência:
Rotule vários objetos para ajudar a criança a relacionar o símbolo escrito á experiência. A sequência das apresentações é crucial:
  • 1º procurar ter certeza de que a criança conhece o nome auditivo do objeto;
  • 2º em seguida,pedir para emparelhar a palavra escrita ao objeto;
  • 3º finalmente, pede-se que diga a palavra escrita.
Os verbos são apresentados de forma semelhante. Inicialmente, pede-se que CORRA, PULE ou ANDE, depois mostra-se as palavras escritas que  representam as palavras faladas.
4- Introduzir frases e sentenças simples:


Apresentamos nesta etapa, adjetivos, preposições e desenvolve-se frases e sentenças curtas( por exemplo, uma bola azul).

  • sentenças e gravuras mostrando ação: coloca-se uma gravura no cartão e grava-se uma sentença de acordo com o nível de leitura da criança( por exemplo, a menina está comendo. As meninas estão comendo). A criança ouve cada sentença e observa cada palavra à medida em que é dita.
  • Sentenças podem ser escrita na forma de instruções em cartões pedindo-se à criança que "leia e execute".
  • Gravuras podem ser desenhadas no lado da página e escreve-se abaixo instruções com um vocabulário que corresponda ao nível da leitura da criança( por exemplo, trace uma linha abaixo da casa).
5- Usar histórias que representem experiências:
  • A criança conta algo que fez e o professor escreve o que ela diz. Em seguida, ela é encorajada a ler a sua própria história.
  • Frequentemente, as historias que relatam experiências são escritas com gravuras desenhadas abaixo de algumas das palavras escritas. As associações de palavras e gravuras melhoram a retenção de um vocabulário visual.
  • Outra atividade que pode ser utilizada é o jornal.
  • É importante lembrar que em todas essas atividades a criança não deve memorizar a história auditivamente, mas deve estabelecer uma correspondência entre o auditivo e o visual.
  • A criança não deve confiar unicamente na memória, mas relacionar as palavras que diz às palavras que vê. Para certificar-se de que está lendo, o professor pronuncia uma palavra contida na história e pede à criança que diga o que representam.
II- FUNÇÕES AUDITIVAS DEBILITADAS:
Enquanto uma abordagem ideovisual é utilizada para desenvolver um vocabulário básico de leitura, dá-se ênfase simultânea às funções auditivas debilitadas. Sem esse plano duplo, a criança com dislexia auditiva pode não se tornar capaz de ler palavras desconhecidas.
  • discriminação auditiva;
  • formação de sequências( memória);
  • análise e síntese auditiva.
Ênfase na aprendizagem tátil:
  • o professor escreve a palavra escolhida em traços largos ou letras maiúsculas;
  • enquanto traceja sobre a palavra com seu dedo indicador, a criança diz cada parte da palavra. É necessário que o tracejo seja com o dedo, pois a criança aprende tanto com a estimulação táctil quanto cinestésica.
Compreensão da leitura:
O objetivo da leitura é adquirir o significado da palavra escrita. O principal problema da criança disléxica não está na compreensão daquilo que lê, mas na transdução, no processamento visual- auditivo( elas não  conseguem compreender pois não são capazes de converter o símbolo auditivo anterior adquirido).
A compreensão de uma criança pode ser melhorada através de técnicas:
  • pesquisas de títulos principais;
  • leitura para encontrar a ideia principal;
  • ler unidades de pensamento;
  • podem ser escritas passagens encorajando a criança a observar detalhes, obedecer instruções precisas e a abstrair os sentidos grais.
Leitura oral:

Uma das principais razões para se fazer com que a criança leia em voz alta é:
  • analisar os tipos de erros que comete( substituições, omissões);
  • diferenciar entre os problemas de trabalhar com a palavra e de compreensão de significado;
  • existem crianças com distúrbios severos de reaudibilização que não conseguem converter o símbolo visual em  seu correspondente auditivo; são capazes e ler silenciosamente, mas não oralmente. Algumas crianças precisam ler em voz alta para poder compreender.
  • cada criança precisa ser avaliada para determinar suas necessidades específicas e os meios mais eficazes para ensiná-la a ler;
  • aquelas que não conseguem reaudibilizar ou dizer as palavras não devem ficar atrasadas em leitura devido ao seu distúrbio. Elas aprendem a ler através da associação de gravuras a palavras, e, frequentemente atingem bom desenvolvimento.
  • trabalha-se ao mesmo tempo com as deficiências de modo que ela aprenda a ler silenciosa ou oralmente. Se elas são capazes de compreender as palavras apenas quando são pronunciadas voz alta deve-se permitir que trabalhem sozinhas a fim de que não perturbem os outros, gradativamente, elas são encorajadas a subvocalizar ou sussurrar as palavras.
  • a leitura oral é enfatizada com frequência para os repetidores de palavras, aqueles que leem sem obedecer aos grupos de pensamento. As frases são espaçadas na página de acordo com unidades de significado, como por exemplo, Mamãe e papai     foram ao cinema     ontem à noite.
  • os pontos finais e os de interrogação podem ser feitos com cores diferentes para garantir que prestem atenção a eles.
TRABALHAR:
Treino para quem não consegue falar corretamente:
Para falar clara: pedir que fale devagar ca    la  ra, ca  la  ra, cala ra, até juntar as sílabas. clara.
Para falar planta: pedir que fale devagar pa  lan  ta, pa lan ta, plan  ta até juntar as sílabas. planta.
Para falar problema: Pedir que fale devagar poro   bele   ma, pro ble ma, pro, blema, problema.                   ( prof. Olinda).By Lully.





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