sábado, 9 de fevereiro de 2013

Psicopedagogia/Escola/Família - Educação com disciplina ou indisciplina?


 


 DISCIPLINA X INDISCIPLINA...
fundamentos teóricos e práticos

indisciplina é um fenômeno complexo, interdisciplinar e contextualizado, que tem  crescido muito nas últimas décadas e está presente tanto na escola pública, quanto na privada, no ensino fundamental, como no ensino médio. 

A intervenção psicopedagógica, ajudará no processo de mediação e/ou a solução do problema a partir do estabelecimento de uma relação dialógica e de processos grupais entre os atores envolvidos, quais sejam: escola – aluno – família. 

proposta de intervenção psicopedagógica consiste no entendimento, na construção e desconstrução dos significados da indisciplina escolar, na busca por suas causas e descoberta das consequências, mas, sobretudo, na busca conjunta por soluções. O psicopedagogo mediará tarefas a partir de trabalhos com os grupos operativos. A aproximação, o diálogo, a construção da identidade, indivíduo-grupo, como também, a construção e desconstrução de conceitos, possibilitada mudanças na forma como professores, alunos, e pais percebem o espaço e papel da escolar, e de si mesmo, a própria indisciplina. Aos poucos, como construto de muitas mãos e processo conjuntos, poderá emergir ações minimizadoras do problema da indisciplina.

Sabemos que a estrutura familiar foi modificada ao longo dos anos, alguns pais já não impõem os mesmos limites que eram impostos antigamente. Há famílias que deixam, exclusivamente, para a escola a incumbência de ensinar limites e valores aos seus filhos. Isto acarreta mais "trabalho" para o professor, mas não fazê-lo só irá prejudicar ainda mais o cotidiano em sala de aula.
Não é raro presenciar alunos que desrespeitam seus pais em público, nem por isso deve-se tolerar o desrespeito ao professor. Por mais que a criança não tenha regras e limites perante a família, deve ser orientada que o mesmo não será tolerado no ambiente escolar. Nos primeiros anos das séries iniciais as crianças incorporam facilmente os limites e regras, mesmo que em família isto não ocorra. Há o relato de Caio, um aluno do 2º ano do fundamental que em casa não colabora com a mãe e evita a execução de qualquer ordem imposta por ela, além de respondê-la com total falta de educação. Quando não é atendida opta pela famosa "surra". Já em sala o mesmo aluno, mantêm o material organizado e sempre executa suas atividades escolares e com raras exceções é necessário chamar sua atenção mais que uma vez. Pode-se analisar que o erro esta na conduta da mãe, pois esta não deixa claro ao filho os limites e regras que deve seguir, além de não ser um modelo a ser seguido, pois já o abandou inúmeras vezes devido a depressão.

Ser um exemplo auxilia na construção do caráter da criança, mesmo que ela não tenha grandes exemplos em casa, nada a impede de se espelhar no professor e surpreender ao longo do seu desenvolvimento. Insira em seu planejamento aulas de boas maneiras, de motivação, de carinho... Não custa nada e fará muita diferença. Principalmente, dê o exemplo. Seja e transpareça honestidade, bom humor, criatividade, justiça, amor.

Não há uma fórmula mágica a ser seguida pelo professor, o conselho é: "enxergar o aluno" e aprender a "amá-lo" como indivíduo. Caso você leia isto e dê risadas, sinceramente abandone o cargo. Porque o que faz o professor ser um excelente educador é isto: AMOR. Caso contrário corre-se o risco de ter uma aposentadoria precoce ou passar pela vida de crianças sem ser notado.

É fácil e cômodo "gritar aos quatro ventos" que fulano não tem jeito e nunca irá melhorar pois a família não coopera. A cooperação familiar faz falta sim, mas nem por isso pode-se assinar um atestado de "fracasso" a criança. Há tantos relatos de pessoas que superaram as expectativas. Um exemplo que está na mídia é o de Roberto Carlos Ramos, contador de história de fama mundial, foi considerado um caso irrecuperável. Você queria ter assinado este atestado?

Por Ana Paula Ruggini Zarpelon, professora atuante em escola de periféria no município de Curitiba - Para saber mais:Roberto Carlos Ramos - site oficial


Indisciplina na Sala de Aula...o que fazer?

Como lidar com os grupinhos que não param de conversar e não participam das atividades?
E com os que, semana após semana, deixam de fazer a lição? 
Sem falar nos problemas mais graves, como a falta de respeito dentro da classe, os xingamentos e, o pior, as agressões verbais e físicas. Pesquisa realizada no ano passado pelo Observatório do Universo Escolar, em parceria com o Ministério da Educação, constatou que a indisciplina é uma das causas mais apontadas pelos professores para o fracasso do planejamento inicial.

"A família não impõe limites!" "É a televisão que educa as crianças." "Eles não estão a fim de nada, não têm jeito!" Quantas vezes você já não ouviu (ou proferiu) essas frases? Não há dúvidas de que boa parte do problema passa mesmo pela família, ausente e desestruturada, pelos programas de TV, cada vez mais violentos, e pelo próprio jovem, cujo caráter ainda está em formação. Mas saber disso não resolve o problema. 

Autoridade se constrói
É impossível falar de indisciplina sem pensar em autoridade. E é impossível falar de autoridade sem fazer uma ressalva: ela não é dada de mão beijada, mas é algo que se constrói. Ou seja, ter autoridade é muito diferente de ser autoritário (leia o quadro abaixo). 

Dizer "não faça isso", ameaçar e castigar são atitudes inúteis.
O estudante precisa aprender a noção de limite e isso só ocorre quando ele percebe que há direitos e deveres para todos, sem exceção.
Um professor autoritário...Um professor com autoridade...
...exige silêncio para ser ouvido;...conquista a participação com atividades pertinentes;
...pede tarefas descontextualizadas;...mostra os objetivos dos exercícios sugeridos;
...ameaça e pune;...escuta e dialoga;
...quer que a classe aprenda do jeito que ele sabe ensinar;...procura adequar os métodos às necessidades da turma;
...não tem certeza da importância do que está ensinando;...valoriza o conteúdo de sua disciplina na construção do conhecimento;
...quer apenas passar conteúdos;...adapta os conteúdos aos objetivos da educação e à realidade do aluno;
...vê o aluno como um a mais....vê o aluno como um ser humano.

Um dos obstáculos mais frequentes na hora de usar o mau comportamento a favor da aprendizagem é uma atitude comum a muitos professores: encarar a indisciplina como agressão pessoal. 

"Não podemos nos colocar na mesma posição do jovem", adverte Julio Aquino, professor de Psicologia da Educação na Universidade de São Paulo (USP). 
Quando a desordem se instala, diz ele, é fundamental agir com firmeza. Como fazer isso? Não há fórmulas prontas, mas um bom caminho é discutir o caso com os envolvidos e aplicar sanções relacionadas ao ato em questão. 

O professor precisa desempenhar seu papel o que inclui disposição para dialogar sobre objetivos e limitações e para mostrar ao aluno o que a escola (e a sociedade) esperam dele. Só quem tem certeza da importância do que está ensinando e domina várias metodologias consegue desatar esses nós. 
Maria Isabel Fragoso, professora de História do Colégio Albert Sabin, em São Paulo, sabe que sua disciplina requer muitas aulas expositivas. Mas ela notou que não conseguia atenção suficiente ao falar diante do quadro-negro. A saída foi propor à garotada a criação de encenações sobre alguns períodos históricos. Resultado: o desinteresse e a bagunça logo se transformaram em mais concentração. 

De maneira geral, as escolas consideram rebeldia as transgressões às regras de convivência ou a não adequação a um modelo ideal seja em relação ao ritmo de aprendizagem (bom é quem aprende rápido) seja em relação ao comportamento (só queremos os obedientes). O primeiro passo é tomar consciência de que a inquietação é inerente à idade e faz parte do processo de desenvolvimento e de busca do conhecimento. O segundo, aceitar as diferenças. "A adolescência, em especial, é a fase de descobrir e de testar limites", diz o psicólogo português Daniel Sampaio, autor de Indisciplina: Um Signo Geracional. 

Ana Paula Gama, regente de uma turma de 4ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vianna Moog, em São Paulo, conta o que fez para "domar" um garoto tido como o terror em pessoa. "Augusto*, então com 12 anos, era conhecido desde a 1ª série como agressivo e desinteressado. A mãe freqüentemente assistia às aulas a seu lado e ajudava nas lições de casa. Tudo em vão", lembra a professora. 

Experiências com Estratégias que funcionaram 
na prática,poderão ajudar você, professor(a):

Ana Paula começou a pedir ajuda na arrumação da sala e na distribuição e recolhimento de material. Em pouco tempo, ele tomou a iniciativa de abandonar as carteiras do fundão e a sentar-se na frente. Passou a prestar atenção, a freqüentar as classes de reforço e a oferecer-se para executar as mais variadas tarefas. "Ela incentivou o lado bom do estudante, mostrou que ele pode ser útil", analisa Cintia Freller. Só com carinho e atenção, Ana Paula fez com que Augusto superasse o estigma de aluno-problema.



"Quando há relacionamento afetuoso, qualquer caso pode ser revertido em pouco tempo", afirma Tânia Zagury, psicóloga e pesquisadora em educação.

 Ana Cely Monteiro da Silva, da Escola Municipal Ciro Pimenta, em Belém, precisou de apenas três meses para incluir Márcio* na turma de 2ª série. Com 13 anos, ele não tinha amigos, ameaçava os colegas e se dizia "do mal". Faltava muito e, quando aparecia, contestava tudo. 

Cely sabia que o problema estava em casa. Por ocasião do Dia dos Pais, ela decidiu trabalhar um texto sobre relacionamento familiar. Na hora do debate, Márcio expôs o próprio drama: pai desempregado, alcoólatra e violento. 
"Ele tinha bom vocabulário e gostava de expor suas idéias", lembra a professora. O passo seguinte foi elogiar as colocações do menino e propor discussões sobre outros temas. Ao ver seus interesses contemplados na classe, o jovem se tornou assíduo e participativo.

 "Aliar as necessidades de ensino-aprendizagem às preferências da turma é uma estratégia que sempre dá certo", garante Nívea Maria de Carvalho Fabrício, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia.
Como enfrentar os "rebeldes"
Esqueça a imagem do aluno "ideal";
Observe a criança e o grupo com atenção;
Procure criar situações, com histórias ou brincadeiras, que levem a turma a refletir sobre o comportamento de um ou mais colegas, sem expô-los;
Converse com os que atrapalham a aula, ouvindo suas razões;
Não abra mão do objeto de seu trabalho, que é o conhecimento;
Não rotule o aluno, em hipótese alguma;
Diferencie as aulas, evitando rotinas;
Esclareça as conseqüências para a aprendizagem das atitudes consideradas inadequadas;
Lembre-se de que os conteúdos podem ser atitudinais, e não apenas factuais e conceituais.
Limites e figura de autoridade
Quando ouvimos educadores ou psicólogos falarem sobre regras e limites que   devem serem transmitidos pelo pais aos seus filhos, nos parece uma tarefa fácil. Porém, porque será que na prática essas questões se tornam tarefas tão difíceis? Em princípio, temos que levar em conta uma questão: para que pais ou responsáveis pela criança possam transmitir limites, precisam inevitavelmente lidar com suas próprias questões e problemas relacionados a limites.
Um pai ou mãe que teve dificuldades em apreender os limites dados pelos seus pais, possivelmente, terá dificuldades em transmiti-los aos seus filhos. Por exemplo: como um pai poderá exigir do seu filho que esse não cometa excessos, se ele mesmo comete.

Por fim, é fundamental que os pais estejam constantemente revendo seus comportamentos, atitudes, valores e princípios, a fim de passar para os filhos o que seja adequado.

Os pais devem ter autoridade junto aos filhos e não apenas serem figuras punitivas e repressivas, ter autoridade é ser firme e passar educacionalmente para as crianças a firmeza dos seus valores. Essa é a maneira pela qual a criança vai lidar com seus limites e criar uma base para a introjeção das regras sociais na vida adulta. (Rose Araújo)


O que é respeito? Como se ensina a respeitar?

• O que é respeito?
 É dar atenção, honra e consideração. Respeitar para ser respeitado, essa é a chave do sucesso. Esse é o lema que todos devemos aprender.
.Onde deve começar? 
Em casa, entre os pais, para que seja um exemplo a ser seguido pelos filhos. 
.Quando começar? 
Desde que o bebê nasce e ele pode ver que o respeito reina em sua família.

• A criança aprende a respeitar quando ela tem bons exemplos em casa. Não adianta ensinar seu filho a não xingar ou não gritar, quando ele vê você fazer isso diariamente, dentro e fora de casa. Assim é importante que os pais ajam sempre como o tipo de pessoa que eles gostariam que seus filhos fossem. Lembrem que os pais são modelo e referencial para seus filhos.

• Muitos pais confundem respeito com permissividade. Absolutamente errado. Respeitar os filhos não é deixá-los fazer o que eles querem. Os pais são responsáveis pela educação dos filhos e faz parte dessa educação colocar regras e limites e orientá-los sobre como se comportar. Mas também precisam ouvir a criança, conhecer os filhos, dar atenção e consideração. Assim eles se sentirão amados e cuidados em suas necessidades.

INCENTIVANDO...
Todo início de ano os professores constroem com as crianças as regras da sala. Depois de um tempo alguns acabam esquecendo de seguir estas regrinhas, e o educador acaba passando a maior parte do tempo "dando babada" na turma. 
Durante todo o ano as regras devem ficar expostas na sala, sugiro que aluno possua, no crachá ou agenda escolar, uma ficha (fig.1), onde constam alguns itens que a criança deve seguir: capricho, comportamento, tarefas de casa e da escola. A cada item realizado, preenche-se com um OK. A periodicidade do preenchimento depende de você: diária, semanal, quinzenal ou mensal. 
Eu fazia diariamente, a cartela durava uma semana. Ao final da semana premiava quem possuía a cartela totalmente preenchida, a recompensa ou prêmio era ser ajudante durante toda a semana, caso existissem muitas crianças com tudo ok, dividia as tarefas. É extremamente importante recompensar a criança de alguma forma, e não esquecer dos elogios, a recompensa social é muito importante. 
Caso você possua alguma criança com desvio de conduta, faça uma tabela diferenciada com os comportamentos que ela deve seguir, exemplo: permanecer sentada durante as tarefas, ser educado com os colegas e funcionários, prestar atenção durante as atividades, etc. 

Não há uma fórmula mágica a ser seguida pelo professor, o conselho é: "enxergar o aluno" e aprender a "amá-lo" como indivíduo. Caso você leia isto e dê risadas, sinceramente abandone o cargo. Porque o que faz o professor ser um excelente educador é isto: AMOR. Caso contrário corre-se o risco de ter uma aposentadoria precoce ou passar pela vida de crianças sem ser notado.
É fácil e cômodo "gritar aos quatro ventos" que fulano não tem jeito e nunca irá melhorar pois a família não coopera. A cooperação familiar faz falta sim, mas nem por isso pode-se assinar um atestado de "fracasso" a criança. Há tantos relatos de pessoas que superaram as expectativas. Um exemplo que está na mídia é o de Roberto Carlos Ramos, contador de história de fama mundial, foi considerado um caso irrecuperável. Você queria ter assinado este atestado?
(Ana Paula Ruggini Zarpelon, professora atuante em escola de periféria no município de Curitiba). - Para saber mais:Roberto Carlos Ramos - site oficial

É ter AMOR, nada mais ou menos que isso. É necessário amar as crianças e deixar isto transparecer em suas aulas. É querer que eles aprendam para que tenham um futuro ou uma oportunidade melhor. O superprofessor planeja aulas criativas e com conteúdos que atraíam os alunos. Sabemos que existem conteudos "chatérrimos" mas é aí que sua criatividade deve atingir o ponto máximo.

Para ser um superprofessor você precisa:
- estar bem consigo mesmo, física e psicologicamente;
- reciclar-se constantemente, fazer cursos e ler muito;
- entender o aluno;
- conhecer e considerar as etapas de desenvolvimento;
- conhecer a realidade que cerca o aluno e empenhar-se em melhorar o seu ambiente de trabalho.
Referência Bibliográfica:TIBA, Içami. Ensinar Aprendendo. São Paulo: Editora Gente, 1998.













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