segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Atividades para crianças com Dificuldades de Aprendizagem


A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, junção (aglutinação) ou separação indevidas das palavras, confusão de sílabas, omissões de letras e inversões. Além disso, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação.

Devido à essas dificuldades o indivíduo prepara textos reduzidos e apresenta desinteresse para a escrita. A Disortografia não compromete o traçado ou a grafia.
Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros. Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo.

Causa

Considera-se que 90% das disortografias têm como causa um atraso de linguagem ou atraso global de desenvolvimento.

Tratamento

Depois de uma avaliação fonoaudiológica o profissional irá traçar um plano de tratamento para que a disortografia não se torne uma vilã na aprendizagem.
O fonoaudiólogo poderá desenvolver um atendimento preventivo antes mesmo do terceiro ano (antiga 2ª série).
Quanto antes o tratamento com um fonoaudiólogo melhor será o prognóstico!

Veja um caso clínico de um paciente com 9 anos, no 4º ano:




Disortografia (Dificuldade de Aprendizagem)
Fonte: Centro de Fonoaudiologia


Exemplo de disortografia com aglutinações, omissões e separação indevida de palavra.

Após 3 meses de tratamento:





Escrita sem aglutinações e omissões.
Letra feia pode ser distúrbio de aprendizagem

Por Raquel Caruso* Fonte: ClockWork Comunicação


A Disgrafia (dis=dificuldade e grafia=grafar/escrever) é um transtorno da escrita resultante de um distúrbio de integração visual-motora, que afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números. Trata-se de um transtorno funcional e apresenta-se em crianças com capacidade intelectual normal, sem transtornos neurológicos, sensoriais, motores e/ou afetivos que justifiquem tal dificuldade. Apesar de alguns autores terem visões diferentes quanto ao termo disgrafia e disortografia, abordaremos a disgrafia como sendo um prejuízo que o indivíduo possui na execução do ato motor destinado à escrita e não das trocas, omissões, inversões e contaminações de letras/palavras, que seriam características da disortografia. De modo geral, a escrita é uma linguagem visual expressiva, que faz uso de uma série de operações cognitivas, tais como percepção auditiva, visual, discriminação tátil, cinestésica. Ou seja, é um sistema visual simbólico, que converte pensamento, sentimento e idéias em símbolos gráficos, que envolve análise de todos estes subsistemas. Para o desenvolvimento da escrita adequada, existem alguns pré-requisitos, como aspectos cognitivos, afetivo, motor e linguagem que são necessários observar: – Esquema corporal (planta do indivíduo) é a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo em relação ao mundo exterior; – Lateralidade (dominância=força e precisão) conceito de direita e esquerda será mais fácil de ser interiorizado a medida que sua dominância for mais homogênea; – Estruturação espacial: o indivíduo deve ser capaz de situar-se e situar objetos uns em relação aos outros; – Orientação temporal: envolve a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, após, durante), duração dos intervalos, noções de tempo longo e curto (hora, minuto), ritmo regular, irregular (aceleração, freada); – Pré-escrita: domínio do gesto e da direção gráfica (da esquerda para direita). Quando realizamos uma avaliação psicomotora, observamos algumas características que podem auxiliar no diagnóstico, e que diferenciam os subtipos de disgrafia: Pura (inconsciente): quadro disgráfico em crianças com conflitos emocionais importantes, que usam a escrita para chamar a atenção pela “letra defeituosa”. Conflito emocional importante: . escrita instável, com proporções inadequadas; . deficiente espaçamento e inclinações Mista: apresenta conflitos emocionais associados à déficits perceptivo-motor (tipo de disgrafia mais freqüente): – dificuldade na forma, tamanho da letra; – inclinação defeituosa (inicia uma frase no canto superior esquerdo e acaba no canto inferior direito); – deficiente espaçamento entre letras, margens; – ligamento defeituoso entre letras da palavra; – não direciona o giro da escrita; – pressão do lápis ou caneta na escrita ou falta desta; – rasuras; – transtorno de ritmo; – alteração de postura; – letra ininteligível – lentidão; – alteração dos fatores psicomotores; – impulsividade; – transtorno da atenção; – transtorno do esquema corporal; Reativas: devido a transtorno maturativo, pedagógico ou neurológico. Inicialmente não possuem componentes de alteração emocional. Há ainda a Disgrafia caligráfica ou motora, que ocorre alteração na forma das letras e na qualidade da escrita em seus aspectos percepto-motores. Em crianças menores, podemos observar dificuldades motoras de ritmo. Porém, somente após a alfabetização pode ser feito o diagnóstico. Para tanto é fundamental uma avaliação com profissional especializado na área. Os exercícios de pré-escrita e grafismo são necessários para aprendizagem das letras e números. Sua finalidade é fazer com que a criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e a compreensão da imagem a reproduzir. É importante que o indivíduo seja estimulado a realizar exercícios para o ombro, como movimentos de abrir e fechar com o brinquedo vai e vem e bolas; cotovelo (peteca), punho, mão e dedos. Estes exercícios poderão ser feitos utilizando técnicas de percepção corporal, como por exemplo relaxamento, massagens, prancha de equilíbrio e com a utilização de alguns materiais (argila, massinha, tinta , jogos). A seguir exercícios de grafismo para professores trabalharem em sala de aula: . Gestos no plano vertical (utilizando lousa, papel, pincéis, giz de cera e canetas hidrocor) para aprender a segurar corretamente o lápis; . Grandes desenhos que vão diminuindo a medida que a criança desenvolve habilidade de ombro, cotovelo e passa a adquirir destreza de punho e dedos; . O trabalho deve ser realizado sempre da esquerda para a direita. *Raquel Caruso é fonoaudióloga, psicopedagoga, psicomotricista e coordenadora da EDAC – Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico, além de professora convidada da Associação Brasileira de Dislexia (ABD) 

Dicas para criar materiais visuais para disléxicos
Fonte: Espaço Aprendizagem Quando se pretende criar algum tipo de material para disléxicos é importante ter em atenção vários factores que podem facilitar a compreensão dos conteúdos:

Use um tipo de letra clara e direita, tipo verdana, no tamanho 12 ou superior, preferencialmente num tom escuro; 
Use espaçamento de 1,5 ou 2; 
Opte pelo negrito em vez de itálico ou sublinhado; 
Use texto não justificado ou justificado à esquerda, os espaços brancos distraem o leitor disléxico; 
Faça frases e parágrafos curtos e objectivos; 
Estruture o melhor que for possível: use títulos, listas com números ou bolas, esquemas; 
Comece sempre uma nova frase no início da linha e não no fim da frase anterior; 
Opte pelas colunas em vez de linhas compridas; 
Use um fundo claro, mas sem ser branco; 
Use e abuse de imagens ou gráficos, ajuda o disléxico a reter a informação; 
Não use abreviações e evite a hifenização; 
Use caixas de texto para evidenciar partes importantes do texto. 


Dicas para professores de disléxicos
Fonte: Espaço Aprendizagem A melhor abordagem perante uma aluno disléxico é a multissensorial, ou seja facilitar a aprendizagem utilizando todos os meios disponíveis: visual, auditivo, oral, táctil e cinestésico. Esta abordagem permite que o aluno use os seus pontos fortes para colmatar os mais fracos. Assim, algumas dicas que poderão ajudar o professor no contexto de sala de aula:

Interessar-se genuinamente pelo aluno disléxico e pelas suas dificuldades e especificidades e deixar que ele perceba esse interesse, para se sinta confortável para pedir ajuda; 
Na sala de aula, posicionar o aluno disléxico perto do professsor, para receber ajuda facilmente; 
Repetir as novas informações e verificar se foram compreendidas; 
Dar o tempo suficiente para o trabalho ser organizado e concluído; 
Ensinar métodos e práticas de estudo; 
Encorajar as práticas da sequência de ver/observar, depois tapar, depois escrever e depois verificar, utilizando a memória; 
Ensinar as regras ortográficas; 
Utilizar mnemónicas; 

Incentivar o uso do computador como ferramenta de digitação de texto; 
Incentivar o uso do corrector ortográfico de um processamento de texto; 
Permitir a apresentação de trabalhos de forma criativa, variada e diferente: gráficos, diagramas, processamento de texto, vídeo, audio, etc; 
Criar e enfatizar rotina para ajudar o aluno disléxico adquirir um sentido de organização; 
Elogiar ,de forma verdadeira, o que aluno disléxico fizer ou disser bem, dando-lhe a oportunidade de “brilhar”; 
Incentivar a participação em trabalhos práticos; 
Nunca partir do pressuposto que o aluno disléxico é preguiçoso ou descuidado; 
Nunca fazer comparações com o resto da turma; 
Não pedir ao aluno disléxico para ler em voz alta na sala de aula; 
Não corrigir todos os seus erros (evitar o uso da cor vermelha, para não ser tão evidente os seus erros); 
Não insistir na reformulação, a menos que exista um propósito claro. 


Dicas para Pais de Disléxicos
Fonte: Espaço Aprendizagem

Como qualquer criança, os disléxicos necessitam do apoio dos pais. Não só para a satisfação das suas necessidades imediatas e físicas, mas também para os ajudar a criar mecanismos para ultrapassar as suas dificuldades.

Usar exercícios criativos que envolvam a memória, tais como recitar poemas infantis em conjunto, ler poemas, utilizar mímica, teatro, falar de imagens, utilizar a acção, os jogos de tabuleiro, jogar a pares, aplaudir as sílabas e cantar músicas, podem ser muito úteis.


Estas são algumas dicas/estratégias que também se poderão revelar importantes:

Incentivar a prática de exercício físico, em que se promova o atirar, capturar, chutar bolas, saltar e treinar o equilíbrio; 
Incentivar a prática de actividades lúdicas e artísticas, como dança, pintura ou outra que a criança se sinta inclinada; 
Incentivar o gosto pela leitura, usando a linguagem dos livros — as imagens, as palavras e as letras — para perceber que os livros podem ser analisados, lidos e desfrutados, vezes sem conta; 
Mostrar como segurar num livro, de que forma ele abre, onde começa a história, onde é o topo da página e que direcção segue o texto, apreciar as imagens; 
Promover o aspecto cultural: visitar museus, assitir peças de teatro ou musicais,conhecer outras cidades, etc 
Ajudar a criança disléxica a aprender a seguir instruções, por exemplo, “por favor pega no lápis e coloca-o na caixa”, e fazer gradualmente sequências mais longas, por exemplo, “ir à prateleira, encontrar a caixa vermelha, trazê-la para mim”. Incentivar a criança disléxica a repetir a instrução antes de a realizar. 


Valorizar o disléxico na sala de aula
Fonte: Espaço Aprendizagem



Raramente o disléxico recebe certificados ou prêmios academicos. No entanto, pode e deve valorizar o disléxico por tudo aquilo que ele alcança, mesmo sem ser academicamente:


* Ajuda dada aos colegas;

* Demonstração de esforço (independentemente do sucesso);

* Materiais organizados;

* Simpatia para com os colegas;

* Vontade em participar;

* Permanecer atento e calmo;

* Boas maneiras / boa educação;

* Dar o exemplo para outros;

* Desejo de se envolver noutras actividades da escola (clubes, produções, etc);



Trabalhar a auto-estima do disléxico
Fonte: Espaço Aprendizagem

Todos os dias na escola, o disléxico enfrenta o fracasso, desde a escrita até à matemática. Assim, o disléxico constata que não consegue fazer o que os outros fazem e considera-se “burro, “estúpido”.

E como a dislexia não é como partir um braço – visível – o próprio sistema escolar promove este tipo de pensamento:

“- Oh, tem o braço partido, claro que não consegue escrever, isso não tem nada a ver com inteligência!”

Mas ninguém diz:

“ Oh, claro que não consegue ler, o cérebro funciona de forma diferente, mas não há nada de errado com a sua inteligência!”


Torna-se, assim, importante trabalhar a auto-estima e auto confiança de cada criança ou jovem disléxico. Só palavras não são suficientes para motivar o disléxico, ele precisa de perceber na prática que é capaz e inteligente como os demais.

Pegue numa folha e divida-a em duas colunas. De forma objectiva e verdadeira escreva numa coluna “Coisas em que eu sou bom” e noutra coluna “Coisas em que eu sou menos bom”.

Provavelmente terá duas colunas assim:

Coisas em que eu sou bom

* Nadar

* Basquetebol

* Desenhar

* Tomar conta dos meus ratos

* Pintar

* Fazer rir

* Ajudar os outros

* Decorar

* Etc

Coisas em que sou menos bom

* Soletrar

* Ler

* Escrever

* Calcular

* Etc

Constatem juntos que afinal a lista de “defeitos” é menor e portanto o disléxico tem razões para se sentir bem e apreciar a sua personalidade.



Disléxicos e auto estima
Fonte: Espaço Aprendizagem



Auto estima é a característica vital para qualquer adolescente disléxico, sendo essencialmente desenvolvida no lar. Sentir-se livre da pressão é muito importante e é mais fácil de manter em casa.

Os pais podem construir a confiança/ auto-estima dos seus filhos, elogiando-os verdadeiramente e mostrando-lhes que apreciam o seu valor e a sua companhia.

A educação dada pelos pais pode ajudar com problemas de concentração e mais tempo pode ser gasto em interesses especiais do jovem, dando-lhes oportunidades de experimentar o sucesso.

Chega um momento em que, para se tornarem adultos bem sucedidos, os adolescentes disléxicos deve reconhecer e aceitar a sua combinação única de pontos fortes e dificuldades.

Até que isto suceda, adolescentes disléxicos não vão assumir a responsabilidade e agir para superar os obstáculos e os problemas que a dislexia cria.

Adultos disléxicos bem sucedidos têm invariavelmente sucedido por se concentrarem nos seus próprios dons particulares e não incidindo sobre as suas dificuldades.

Esta é, na realidade o grande segredo para lidar com a dislexia.

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