quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Uma Prosa Sobre Consciência Fonológica

Eu queria uma escola que lhes ensinasse
a usarem bem a nossa língua, a pensarem
e a se expressarem com clareza.
                                             Carlos Drummond de Andrade

Ø  Importância de desenvolver na criança a consciência fonológica: aporte teórico na análise de pesquisadores da lingüística aplicada.
Ø  Consciência fonológica significa: “a capacidade de distinguir e manipular os sons constitutivos da língua”.  Rivière (apud CARVALHO, 2005, p. 28),

Ø  Existe antes do desenvolvimento da leitura.
Ø  A consciência fonológica tem uma relação com métodos fônicos, pois estes enfatizam letras e sons, mas não se confunde com eles.
Ø  A consciência fonológica consiste na capacidade para focalizar os sons da fala, independente do sentido.




A consciência fonológica (...) não é uma capacidade
plenamente desenvolvida em todas as crianças.
Sejam elas da pré-escola, ou mais velhas: em geral,
encaram as palavras como unidades e precisam de
significado, orientadas, ao longo do processo de
alfabetização, para perceber que as palavras têm
uma dimensão sonora, isto é, são formadas por
sílabas e fonemas.
                             (CARVALHO, 2005, p. 28).                             
Ø  Crianças que têm consciência de fonemas avançam de forma mais produtiva e criativa para a escrita.
Ø   Antes que possam ter qualquer compreensão do princípio alfabético, as crianças devem entender que aqueles sons associados às letras são precisamente os mesmos sons da fala.
Ø   A noção de que a linguagem falada é composta de seqüências desses pequenos sons não surge de forma fácil nos seres humanos.
Ø  As pequenas unidades da fala que correspondem às letras de um sistema de escrita alfabética são chamadas de fonemas.
Ø   A consciência da composição de pequenos sons é denominada de “consciência fonêmica”.
Ø  Uma criança se aproxima de mim e mostra a  tarefa no caderno. Então começa a ler as palavras.
Ø       A criança lê: “OVOS”, “LEITI” . Escreve leite, mas pronuncia o som /E/.
Ø       P/P - “É LEITI”? Ou é “LEITE” no jeito de falar?
Ø       C - Não. Não, é por causa de que na escola eu falo assim ó: “LEITE” e em casa eu falo     “LEITI”.
Ø       P/P - Por que aqui na escola você fala “LEITE” e em casa você fala: “LEITI”?
Ø       C - Por causa de que a professora fala.
Ø       Por causa que eu escrevo com “LEITE” com “E”.
Ø       C - “LEITI” não é a mesma coisa de “LEITE”.
Ø  P/P - Por quê?
Ø      C - Porque troca “I” com “E”.
Ø      P/P - Como assim?
Ø      C - É diferente o jeito de falar e o jeito de escrever.
Ø      O jeito de falar eu falo com “TI” e o jeito de      escrever eu escrevo com “TE”.                           
                                                                         (nota de observação 25/04/2006)





A professora questiona:
O que você escreveu? Lê pra mim!
A criança responde: “CACAU”
A professora interfere perguntando
P -  “O que é “cacau”?
C - : “Um negocinho de passar na boca”.
P - “Você escreveu “cacau” com esta letra?”
(mostra o K). “Que letra é esta”?
C - “É o “K”.
P - “Você escreveu cacau com “K” , tem outra letra”?
C - “Tem, a letra de ‘CARRO’.”
A professora então interfere mais um pouco:
P - “Que letra é esta”?
C- “É a letra de CASA. E a letra de CORAÇÂO”.
(A criança vai até o alfabeto vivo da sala, procura a letra, volta e diz:
C- “AH! É a letra ‘C’.”
                        ( Nota de observação: 24/03/2006)
Ø  A consciência fonêmica é um aspecto particular de consciência fonológica, consistindo na habilidade de perceber a unidade mínima da fala (fonemas).
A consciência fonêmica (última que a criança tende a adquirir) é a capacidade de analisar os fonemas e de relacionar esses fonemas com as letras que os representam.

  • A consciência fonológica representa a habilidade de perceber a estrutura sonora de palavras, ou de partes de palavras.
                                                        (Magalhães, 2005)


  • A professora trabalhou o bingo de letras com as crianças. Explorou tipologia das letras, curvas abertas e fechadas, retas, orifícios. A cada letra tirada, ela incentivava as crianças a falarem o nome de um objeto começado com a letra sorteada. Ao término do bingo de letras, a professora distribuiu uma folha de papel para cada criança com as letras do alfabeto, já escritas em caixa alta. Uma letra para cada uma e pediu que cada criança desenhasse um objeto que representasse a letra. Uma criança que tinha a letra “D” desenhou uma menininha. A professora então perguntou:
      P - “Que objeto é esse da letra “D”?”
      A criança prontamente respondeu:
     C - ”É minha amiguinha a “Dudu”.
Ø  O trabalho com vogais precisa ser   desenvolvido de forma lúdica para que as crianças possam perceber a sonoridade das letras dentro das palavras na formação das sílabas.



Ø  Rimas, aliterações, trava-língua, consciência sintática, silábica e fonêmica são habilidades relacionadas à consciência fonológica.

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