terça-feira, 27 de setembro de 2011

Transtornos da atenção

A atenção é uma condição básica para o funcionamento dos processos cognitivos, participa ativamente da conduta humana desde a entrada do estímulo até a resposta motora. É o processo pelo qual são usadas distintas estratégias, de forma ordenada, para captar informação do meio; está relacionada com a percepção e nos permite selecionar e hierarquizar os estímulos recebidos.
Desta forma a realidade vai sendo construída sobre a base das percepções e dos processos de atenção.

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
É uma das mais conhecidas dificuldades de aprendizagem caracterizada por uma excessiva atividade motora, falta de atenção e impulsividade.
Aspectos a serem observados para a identificação da TDA-H:
  • Desatenção: não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido; frequentemente tem dificuldade para manter a atenção nas tarefas ou no desenvolvimento de atividades lúdicas; não parece escutar o que está sendo dito, não cumpre instruções; tem dificuldade em organizar tarefas ou atividades; evita ou desagradam-lhe as tarefas escolares ou domésticas; perde coisas necessárias para tarefas ou atividades escolares.
  • Hiperatividade ou grande atividade motora: Levanta-se na sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentada; corre ou escala em situações inadequadas; tem dificuldade para brincar ou conectar-se com tranquilidade em atividades recreativas; muitas vezes está em movimento ou costuma agir como se tivesse um motor; com frequência fala excessivamente.
  • Impulsividade: com frequência responde abruptamente a perguntas antes de escutá-las de forma completa; tem dificuldade para esperar em fila ou aguardar sua vez em jogos ou situações grupais; interrompe ou se intromete nas atividades dos outros.
Para que o diagnóstico seja feito é necessário levar em consideração os seguintes aspectos:

-O começo não deve ser posterior aos 6 (seis) anos de idade.
-Os sintomas devem ser apresentados em duas ou mais situações (escola, casa ou outras situações sociais).
-Não ocorre exclusivamente durante o curso de um transtorno de desenvolvimento difuso e profundo (PDD), esquizofrenia ou outros transtornos psicológicos e não está de acordo com um transtorno de humor, de ansiedade, dissociativo ou um transtorno de personalidade.
-Os sintomas devem ter a duração de 6 (seis) meses no mínimo.
-A perturbação provoca angustia significativa ou impedimento de seu funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Estratégias de suporte em sala de aula:
  • Desatenção: sentar a criança em uma área silenciosa; sentá-la perto de outra criança que seja um bom modelo para seguir; sentá-la próxima a alguém que possa apoiá-la em sua aprendizagem; orientar a atenção da criança para a tarefa que será iniciada, ajudando-a a descobrir, selecionar, organizar e sistematizar a informação mais importante; é necessário dar regras consistentes sobre o que deve fazer, as instruções devem ser parceladas; as rotinas de trabalho devem ser claras; devem ser evitadas mudanças imprevistas; não é conveniente fazer atividades com limite de tempo; encurtar período de trabalho de modo a coincidirem com seus períodos de atenção; dividir trabalhos em partes menores de modo que ela possa concluí-los; dar instruções tanto orais como escritas; dar instruções claras e concisas; tentar envolver a criança na apresentação do tema; é importante que o ambiente de trabalho seja motivante e estimulante, com tarefas significantes para a criança.
  • Hiperatividade ou grande atividade motora: oferecer à criança oportunidade de movimento( por exemplo, entregar um recado, auxiliar a professora em sala de aula); incrementar a imediata correlação entre prêmios e consequências; permitir descansos curtos entre os diferentes trabalhos em sala; supervisão no recreio e horários livres, aconselhá-la a revisar e checar seus trabalhos e provas para poder corrigir os erros cometidos por realizar o trabalho de forma apressada e descuidada; permitir que se levante de vez em quando enquanto trabalham.
  • Impulsividade: tentar ignorar comportamentos inapropriados; incrementar imediata correlação entre prêmios e consequências, recomendar que dê um tempo para meditar sobre o que fez quando não se comportar adequadamente; supervisão no recreio e horários livres; chamar atenção de forma prudente e calma; reforçar comportamento positivo com cumprimentos e reconhecimento; sentar a criança próxima a professora ou de algum colega que possa ser visto como líder positivo; firmar contrato de comportamento positivo; motivar quando conseguir inibir um impulso inadequado (como levantar a mão para falar em vez de interromper a professora).

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