sexta-feira, 2 de agosto de 2013

TERAPIA COGNITIVA PARA CRIANÇAS QUE NÃO APRENDEM


A terapia consiste em levar a criança a construir seus esquemas motores, a coordenar esses esquemas e a interagir com os objetos do seu meio, a fim de aprender os limites de suas ações, as propriedades dos objetos e as regularidades da natureza. Estabelecendo-se a organização da experiência em termos de espaço de tempo e de causalidade.
Exemplo: Para que uma criança compreenda o que é uma flor, ela deverá ser conduzida a um jardim, ser ensinada a mexer na terra, a plantar a semente, na esperança de que nasça uma planta e que finalmente a flor apareça. É somente assim que se forma a invariância do conceito, e que a flor fica no interior do sujeito.
O caminho da terapia é o mesmo nas condutas das crianças normais. Deixar a criança passar todas as etapas, a partir da sucção, da apreensão, do puxar, do empurrar, do reunir objetos, do empilhar, do ordenar, separar etc., tudo isto com a ajuda dos jogos especificamente solicitantes em um determinado sentido.
Em primeiro lugar levar a criança a construir os esquemas de ação e coordená-los para que que em seguida levar a construção do real, no sentido d que ela compreenda os limites de suas ações.
Em relação ás propriedades dos objetos e as regularidades da natureza. Podemos por exemplo,mandar a criança colocar um cubo de madeira num recipiente de água, um pedaço de pão e bola de plástico, e pedir-lhe para retirar os objetos e enxugá-los, para que observe os efeitos diferentes que a água produz sobre substâncias diferentes e para notar como sua ação de secar( enxugar) se relaciona com as propriedades das diversas matérias.
Solicitar que a criança despeje água sobre o cimento, terra, madeira, a fim de observar as diferentes consequências.
Fazer que ela sinta em sua própria pele os efeitos do vento, do sol, da água, assim por diante, conforme iniciativa do terapeuta, e se deve ser repetido conforme o necessário.
Favorecer a colocação, a aplicação e a coordenação dos esquemas aos objetos, organizando a experiência de acordo com o tempo, com o espaço e com a causalidade. sobre essa base, elas aprenderão a distinguir o significante do significado e  ordenar seus mundos nas representações. Depois é que as intervenções audiofonológicas tomará sentido, assim como as solicitações em favor da aquisição das noções de conservação, classificação e seriação.
A terapia deverá sempre começar pela observação da natureza, seguida de experimentação. O jogo com crianças tem obtido sucesso, ensinando a criança a observar a natureza e a fazer experiência para compreender as relações que se repetem e que aí se configuram. Depois, a partir das observações e das experimentações, pode se pedir para que relate aquilo que ela viu e realizou, para que cada vez, ela represente melhor o real. Após a conquista do real ela será capaz de distinguir  o real da fantasia.
A terapia consiste em favorecer a evocação das representações do mundo o qual ela vive, transportando o passado recente para o presente. Criar um elo de relações entre elas até que obtenha uma história do próprio discurso.
1- Solicite que estruture o real ao nível das representações;
2- Solicite que efetue classificações e seriações a fim de atingir as operações;
3- Solicite que formule explicações, compreenda o mundo físico e em particular os objetos, anteriormente estruturado ao nível da ação;
4- Trabalhar o mundo da poesia e da música, do mito e do conhecimento científico, o procedimento figurativo do conhecimento é a percepção e a imagem mental sob todos os seus aspectos. By Lully 

ESSAS CRIANÇAS QUE NÃO APRENDEM

As crianças que não aprendem, sem que saibamos o porquê não construíram, ou construíram insuficientemente o real.
O real é o mundo dos objetos e dos acontecimentos, estruturados pela criança.
Criar situações experimentais, nas quais podemos fazer com que a criança reflita e aja sobre um material simples.
As crianças que não aprendem apesar de possuírem a capacidade de representação da imagem, são crianças que nunca foram indagadas. Não conseguem organizar  os seus conhecimentos por falta de estruturas de classificação, seriação, de conservações físicas e espaciais. Elas permanecem aprisionadas do presente, do aqui, agora. Sua capacidade de elaboração do passado, ao nível simbólico é pobre, como é pobre a sua capacidade de previsão, antecipação pelo pensamento.
Crianças que não construíram as estruturas mentais ao nível requisitado pela solicitação que a sociedade impõe ás pessoas de sua idade cronológica, não apresentam uma patologia, mas somente um déficit ao nível da construção das estruturas.By Lully.

domingo, 28 de outubro de 2012

ALFABETIZAR LETRANDO


O professor deve fornecer ferramentas para o aluno construir o seu processo de aprendizagem da leitura e escrita.
Na etapa inicial, isto é, na Educação Infantil, a escola tem obrigação de ajudar o aluno a ser apropriar da escrita alfabética e informatizar o seu uso.
Para realizar essa tarefa, o professor não deve deixar o aluno se esforçar sozinho para entender “por que coisas que se fala parecido tendem a ser escritas de modo parecido “O professor deve ajudar o aluno a refletir sobre palavras retiradas de textos lidos ( além de outras que são significativas para o aluno). É essencial praticar a leitura e a escrita no cotidiano escolar “trabalhar com palavras”, propiciar aos alunos refletir sobre elas, montá-las e desmontá-las.
Nessas ocasiões, mesmo ainda sem saber ler convencionalmente, os alunos poderão se apoderar de algumas estratégias de leitura: estratégias de antecipação, de checagem de hipóteses, de comparação, entre outras ( utilizadas por um cidadão letrado. Explorando e também produzindo textos observados pelo professor ou por outro aluno já “alfabetizado”), os alunos estarão desenvolvendo conhecimentos sobre a linguagem que se utiliza nos textos que percorrem a sociedade letrada.
Com base nos estudos e pesquisas de hoje em dia, “Alfabetizar letrando” requer: Democratizar a vivência de práticas de uso da leitura e da escrita e ajudar o aluno a, ativamente, reconstruir essa invenção social que é a escrita alfabética.
Se a escrita alfabética é uma invenção cultural, seguindo as idéias de Vygotsky, os professores, como membros mais experientes da cultura devem auxiliar os alunos a prestar atenção/analisar/refletir sobre os pedaços sonoros e escritos das palavras. Isso, é claro, não seria, de forma alguma, usar  métodos fônicos ou treinar a “produção de fonemas” num mundo sem textos e sem práticas de leitura.
A partir de 1983, através de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, o professor começou a repensar a sua prática cotidiana em sala de aula. Nos dias de hoje, sabemos que um indivíduo plenamente alfabetizado é “aquele capaz de atuar com êxito nas mais diversas situações de uso da língua escrita. Dessa forma, não basta apenas ter o domínio do código alfabético, isto é, saber codificar e decodificar um texto: é necessário conhecer a diversidade de textos que percorrem a sociedade, suas funções e as ações necessárias para interpretá-los e produzi-los.” O processo de alfabetização ocorre durante toda a escolaridade e tem início antes mesmo da criança ingressar na escola. Implica em tomar como ponto de partida, o texto, pois este é revestido de função social e não mais as palavras ou sílabas sem sentido. O professor deve buscar um vocabulário  que tenha realmente significado para a classe, isto é, que seja retirado das suas experiências. Atualmente, a cartilha não é o recurso mais favorável a aprendizagem da leitura e da escrita, principalmente, porque não tem qualquer significado para o aluno e apresenta textos desconexos, apenas garantindo a “memorização das famílias silábicas.”
Para Teberosky, deve ser considerada no processo de alfabetização, a diferenciação entre a escrita e a linguagem.
Segundo a referida autora, a escrita deve ser entendida como um sistema de notação, que no caso da língua portuguesa é alfabetização(conhecer as letras, sua organização, sinais de pontuação, letra maiúscula ,ortografia , etc ). A linguagem escrita é definida como as formas de discurso, as condições e situações de uso nas quais a escrita possa ser utilizada(cartas, bilhetes, notícias, relatos científicos, etc.)
Inicialmente, o professor precisa tomar por base o texto e não mais as palavras-chaves. O texto deve ser o elemento fundamental para inserir a criança no universo letrado’.
Além da escrita espontânea, pode ser considerado também o trabalho com modelos, que   possibilitam ‘as crianças comparem suas hipóteses com o convencional. Através de listas de palavras de um mesmo campo da semântica.(brinquedos, jogos prediletos, comidas preferidas, personagens de livros e gibis, nomes dos alunos da classe, frutas, etc) das parlendas e de outros textos, as crianças, hoje, podem ampliar suas concepções   e progredir na aquisição da base alfabética, como na compreensão de outros aspectos (a grafia correta das palavras, o uso de sinais gráficos, etc).
Simultaneamente, os diversos tipos de texto necessitam aparecer como objeto de análise, propiciando aos alunos diferenciá-los, conhecer melhor suas funções e características particulares. Para que isso ocorra, é essencial que saibam interpretá-los e escrevê-los. A expressão pessoal (bilhetes, cartas, diários, receitas culinárias, etc) deve fazer parte do trabalho do professor, no entanto, esta deve vir acompanhada pela escrita de outros textos, inclusive com o apoio de modelos.
Cabe à escola, desde a Educação Infantil, alimentar a reflexão sobre as palavras, observando, por exemplo, que há palavras maiores que outras, que algumas palavras rimam, que determinadas palavras tem “pedaços” iniciais semelhantes, que aqueles “pedaços” semelhantes se escrevem muitas vezes com as mesmas letras, etc.
Não se trata de apresentar fonemas para que os alunos memorizem isoladamente os grafemas que correspondem a eles na nossa língua. Como o aprendizado do sistema de escrita alfabética é, acima de tudo, conceitual, o que é preciso é que os alunos possam manipular/montar/desmontar palavras: observando suas propriedades; quantidade e ordem de letras, letras que se repetem, pedaços de palavras que se repetem, e que tem som idêntico. O professor deve estimular o desenvolvimento das habilidades dos alunos de reflexão sobre as relações entre partes faladas e partes escritas, no interior das palavras.
O uso das palavras estáveis como os nomes próprios e de certos tipos de letra, como a letra de imprensa ou letra script, tem uma explicação. Quanto às palavras que se tornam “estáveis”, o fato de o aluno ter memorizado sua configuração, possibilita-lhe refletir sobre as relações parte-todo tentando devendar o mistério daquelas relações; por que a palavra inicia com determinada letra e continua com aquelas outras naquela ordem? Por que falamos tantos (pedaços) sílabas e tem mais letras quando escrevemos? Quanto ao uso das letras de imprensa ou script, o fato de terem um traçado mais simplificado, e de cada letra aparecer mais separada das demais, possibilitando ao aluno saber onde começa e termina cada letra, permite ao aluno investir no trabalho cognitivo, fazer uma reflexão necessária à reconstrução do objeto de conhecimento, isto é, o sistema alfabético.
O professor deve garantir que as práticas escolares ajudem o aluno a refletir enquanto aprende e a descobrir os prazeres e ganhos que se pode experimentar quando a aprendizagem do sistema  de escrita é vivenciado como um meio para, independentemente, exercer a leitura e a escrita dos cidadãos letrados.(Cássia R. M. de Assis Medel) By Lully).

BOAS PRÁTICAS DE APRENDIZAGEM


EM UM PLANEJAMENTO COERENTE, BOAS PRÁTICAS DE APRENDIZAGEM DEVEM SER CONTEMPLADAS:
1 – REALIZE SONDAGENS E DIAGNÓSTICOS MENSAIS OU BIMESTRAIS
O objetivo das sondagens é identificar o que cada aluno já sabe e reconhecer seus avanços.
Realize agrupamentos de acordo com as hipóteses de aprendizagem:
 PRÉ SILÁBICO + SEM VALOR / COM VALOR
 SEM VALOR + COM VALOR
 COM VALOR + SILÁBICO-ALFABÉTICO
 SILÁBICO-ALFABÉTICO + ALFABÉTICO
2 – REALIZE, DIARIAMENTE, ATIVIDADES COM FOCO NO SISTEMA DE ESCRITAO objetivo dessa ação é fazer com que o aluno reflita sobre o sistema de escrita, fazendo com que leia e escreva por si próprio. Promova, mesmo que o aluno não leia e escreva convencionalmente, situações em que lancem mão do que sabem sobre a leitura e escrita, através de listas e textos de memória.
3 – REALIZE ATIVIDADES COM FOCO NAS PRÁTICAS DE LINGUAGEMA finalidade dessa prática é trabalhar o propósito comunicativo do texto e a forma como ele faz relação com a vida real. Uma boa dica e desenvolver comportamento leitor e escritor: leia diariamente para seus alunos, realize produção de texto oral com destino escrito, diversifique ações de leitura e escrita feita pelo aluno em dupla, convide sua turma a reescrever textos. Aproveite para analisar o que os alunos compreendem das histórias. A cada reescrita, ocorrem revisões coletivas. Os alunos substituem termos e alteram pontuação e a paragrafação.
4 – UTILIZE PROJETOS DIDÁTICOS PARA ALFABETIZAR
O objetivo dessa ação é resultar em um produto final, planejando etapas de um processo, oferecendo contextos em que a leitura e escrita ganhem sentido na vida real. Ao longo do ano, procure prever projetos de leitura e escrita em seu planejamento. Como produto final, realize ao longo do ano atividades que resultem em mural de indicação literária, coletânea de reescritas, lista dos alunos de cada ano, mural de avisos, etc.
5 – TRABALHE COM SEQUÊNCIAS DIDÁTICASA intenção dessa ação é fazer seu aluno avançar no processo de aquisição da leitura e escrita, através de atividades com etapas crescentes de dificuldades. Ao longo do ano, planeje atividades sobre determinado tema, analisando os aspectos da linguagem. Um bom exemplo é comparar várias versões de uma mesma história.( Valquíria Miguel Luchezi ) By Lully.

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