O jogo numa perspectiva psicopedagógica
não dará muita atenção aos resultados e sim aos meios que a criança chega ao
final do mesmo.
O ensino da Matemática, hoje, possui alguns
paradigmas que devem ser refletidos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) dizem
que,
... no jogo, mediante a articulação entre o
conhecimento e o imaginado, desenvolvem- se o autoconhecimento – até onde se
pode chegar – e o conhecimento dos outros – o que se pode esperar e em que
circunstâncias. (...)
(...)Por meio dos jogos as crianças não apenas
vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a
pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das coisas passam a ser
imaginados por elas.(Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997, p. 90.)
Com isto, verificamos o que Piaget (1970/1971)
chama de ‘ações espontâneas’.
Estas ações também podem ser traduzidas como
atitudes, pois a mesma significa ação autônoma, independente.
É claro que o conceito de atitude acaba sendo
entendido como sinônimo de um comportamento, em um prisma que leva em conta
somente o que se pode observar, como equivalente à motivação e outros.
Entendemos, pois, que atitude não é sinônimo do comportamento e não pode ser
confundida com ele. A atitude pode ser um dos componentes do comportamento, mas
não são parecidos.
O jogo numa perspectiva psicopedagógica não dará
muita atenção aos resultados e sim aos meios que a criança chega ao final do
mesmo.
Esta análise dos meios será feita de diversas
maneiras como, por exemplo, a análise a partir dos erros no momento das
jogadas.
Castorina (1984/1988), diz que
... um erro corrigido (pela própria criança) pode
ser mais fecundo que um acerto imediato, porque a comparação de uma hipótese
falsa e suas conseqüências fornece novos conhecimentos, e a comparação entre
dois erros dá novas idéias.(Castorina, 1984/1988, p. 80.)
Entendemos com isto que há uma proposição de
correção do próprio erro mediante aferição do psicopedagogo no momento da jogada.
Com tais considerações temos o cuidado de não
propor o que foi feito a alguns anos atrás, por exemplo, com os estudos de
Piaget em escolas públicas do nosso país.
O erro numa visão psicopedagógica é levado em conta
no momento em que acontece. A criança não deve ser deixada só para tentar como
num passe de mágica, descobrir seu próprio erro, isto não existe. Muitas vezes
o profissional interfere com a criança, ela não jogará só, como foi proposto
nesta mentalidade de anos passados.
Não pode ser o erro pelo erro e sim o erro por uma
hipótese reflexiva na jogada ou até mesmo conteúdo.
Numa abordagem psicopedagógica construtiva baseada
nos estudos de Piaget, o professor necessita de um posicionamento de
afetividade, para que ocorram boas atitudes com relação à Matemática, que é o
nosso caso mais específico.
De acordo com Nidelcoff (1978/1994),
... o verdadeiro educador, ao contrário(daquele que
impõe seu conhecer), está junto das crianças para abrir- lhes horizontes, para
ajudá- las a verem as contradições que possam existir em suas opiniões, para
colocar- lhes dados esclarecedores – tal como já o dissemos
anteriormente.(Nidelcoff, 1978/1994, p. 25.)
Daí vem uma das funções do profissional em
Psicopedagogia, servir como o mediador entre o sujeito e o conhecer abstrato
como já dissemos anteriormente neste trabalho de reflexão.
Em nosso caso específico que é a Matemática, os
jogos de regra nas palavras de Macedo (1997),
... possibilita à criança construir relações
quantitativas ou lógicas: aprender a raciocinar e demonstrar, questionar o como
e o porquê dos erros e acertos.(Macedo et al, 1997, p.151.).
Uma outra possibilidade que se nos apresenta este,
é trabalhar com situações
Problemas como recomenda os Parâmetros Curriculares
Nacionais (1997, p.100), onde apresentamos várias situações em jogos com
abordagem Matemática e o educando poderá refletir sobre o mesmo, observando
várias estratégias que poderá desenvolver para resolução da problemática ora
apresentada.
Retornaremos, um pouco, ao problema das atitudes, devido
a sua grande importância no contexto dos jogos.
Parece- nos que há uma necessidade de se resgatar a
origem das atitudes, visto que, nos dias atuais, profissionais como os
professores não sabem o que significa atitude, desenvolver atitudes nos educandos.
Atitudes são, por si, ações que o sujeito
desempenhará no decorrer de seu aprendizado.
A proposta dos jogos prevê uma maior aproximação da
criança aos conteúdos matemáticos neles envolvidos e o desenvolvimento de
atitudes favoráveis à aprendizagem desses conteúdos. Parece- nos evidente que,
ao se desejar intervir nas estratégias da criança no momento do jogo, deve- se
ter uma visão clara, fundamentada cientificamente e precisa das necessidades do
sujeito, e seja qual for à reflexão adotada entre paciente – psicopedagogo não
se deve deixar de considerar as atitudes do paciente como um dos focos
principais a serem explorados.
É possível dizer de acordo com a literatura aqui
ponderada, que tanto os elementos cognitivos como os afetivos influenciam na
aprendizagem Matemática. Ainda que alguns autores considerem que estrutura
cognitiva, a prontidão, a habilidade, a prática e variáveis instrucionais que
as instituições utilizam são decisivas em ter impacto na aprendizagem.(Luciano
Aparecido da Rosa) By Lully.
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